Foi o seu primeiro Natal
sozinha, Maria João fora abandonada pelos seus pais, pois era uma rapariga
especial, diagnosticada aos 5 anos com atrofia muscular. Devido aos enormes
gastos com o tratamento da filha e como era só o pai Bernardo que trabalhava, a
família não conseguia pagar as contas e o tratamento da sua filha.
Passou um mês do início do tratamento,
e os pais enganaram-na, dizendo que iriam passear para as proximidades, para a
Costa da Caparica, mas para surpresa de Maria João, os pais abandonaram-na
enquanto brincava no parque.
Maria foi uma guerreira,
pois aguentou uma semana sozinha, num local desconhecido.
No decorrer da semana, a
menina conheceu uma senhora com cerca de 52 anos e tornaram-se amigas. Maria
descobriu que a senhora de nome Júlia, não tinha filhos, pois era infértil, não
tinha marido e não sabia que Maria era órfã.
Era dia 24 de dezembro e
Júlia foi encontrar-se com Maria no parque para lhe desejar um feliz e próspero
Natal e perguntou-lhe com quem iria passar o Natal, e Maria respondeu:
-Vou passá-lo sozinha no
parque, pois é aqui que tenho a última recordação dos meus pais.
A frase de Maria tocou o bom
coração de Júlia, e como ambas iriam passar o Natal sozinhas, Júlia convidou-a
para o passar em sua casa.
Maria aceitou o convite,
pois já tinha confiança com Júlia. Foram ambas para casa e Maria ficou
surpreendida, pois a mesa de casa estava repleta de comida para uma pessoa só.
A mesa continha duas travessas de bacalhau, uma de peru, duas panelas de
batatas e couve e vários pratos de biscoitos de gengibre. No canto da sala
estava montado um presépio muito bem composto, com a sagrada família, os três
reis magos e vários rebanhos de ovelhas. Aquela sala enchia-se de espírito
natalício e muito amor.
A menina reparou que faltava
um elemento essencial no pinheiro, que era a estrela; Júlia perguntou-lhe se
ela a queria colocar e Maria não hesitou, subiu para uma cadeira e colocou-a no
cimo do pinheiro. Enquanto o fazia, Júlia disse-lhe que podia pedir um desejo,
e que o Pai Natal o concretizaria.
-Neste Natal, eu queria ter
novamente uma família que me amasse, independentemente do jeito que sou- pediu
Maria.
Esta frase tocou novamente o
coração de Júlia e como esta queria ver a concretização do desejo da menina, convidou-a
a dormir em sua casa.
Júlia, enquanto Maria dormia,
saiu sorrateiramente de casa e foi direta ao tribunal para explicar que Maria
tinha sido abandonada e que queria adotá-la. Conseguiu a certidão de adoção.
Voltou para casa,
encaixilhou-a numa linda moldura, embrulhou-a e colocou-a debaixo do pinheiro.
Era dia 25 de dezembro, os
sinos já tocavam e as pessoas já cantavam. Maria acordou e foi para a sala
tomar o pequeno-almoço e verificar se o Pai Natal lhe trouxera uma prenda; para
sua surpresa, havia e decidiu abri-la. De início não entendeu o que era, mas
Júlia apareceu e explicou-lhe dizendo que o seu desejo acabara de se concretizar.
Júlia emocionou-se com a
reação de Maria, pois esta ficou muito contente e agradecida pelo que Júlia
fizera, saltou para o seu pescoço e abraçou-a longamente… Por fim, ainda
abraçadas, Maria com um tom emocionante disse:
- Agora percebo o verdadeiro
motivo do Natal: amar e ser amado pelas pessoas que te fazem bem e pela
família!
Hugo Laranjo nº5,9ºB
Isaura Malheiro nº6 9ºB
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