quinta-feira, 23 de janeiro de 2020



 
 



Foi o seu primeiro Natal sozinha, Maria João fora abandonada pelos seus pais, pois era uma rapariga especial, diagnosticada aos 5 anos com atrofia muscular. Devido aos enormes gastos com o tratamento da filha e como era só o pai Bernardo que trabalhava, a família não conseguia pagar as contas e o tratamento da sua filha.
Passou um mês do início do tratamento, e os pais enganaram-na, dizendo que iriam passear para as proximidades, para a Costa da Caparica, mas para surpresa de Maria João, os pais abandonaram-na enquanto brincava no parque.
Maria foi uma guerreira, pois aguentou uma semana sozinha, num local desconhecido.
No decorrer da semana, a menina conheceu uma senhora com cerca de 52 anos e tornaram-se amigas. Maria descobriu que a senhora de nome Júlia, não tinha filhos, pois era infértil, não tinha marido e não sabia que Maria era órfã.
Era dia 24 de dezembro e Júlia foi encontrar-se com Maria no parque para lhe desejar um feliz e próspero Natal e perguntou-lhe com quem iria passar o Natal, e Maria respondeu:
-Vou passá-lo sozinha no parque, pois é aqui que tenho a última recordação dos meus pais.
A frase de Maria tocou o bom coração de Júlia, e como ambas iriam passar o Natal sozinhas, Júlia convidou-a para o passar em sua casa.
Maria aceitou o convite, pois já tinha confiança com Júlia. Foram ambas para casa e Maria ficou surpreendida, pois a mesa de casa estava repleta de comida para uma pessoa só. A mesa continha duas travessas de bacalhau, uma de peru, duas panelas de batatas e couve e vários pratos de biscoitos de gengibre. No canto da sala estava montado um presépio muito bem composto, com a sagrada família, os três reis magos e vários rebanhos de ovelhas. Aquela sala enchia-se de espírito natalício e muito amor.
A menina reparou que faltava um elemento essencial no pinheiro, que era a estrela; Júlia perguntou-lhe se ela a queria colocar e Maria não hesitou, subiu para uma cadeira e colocou-a no cimo do pinheiro. Enquanto o fazia, Júlia disse-lhe que podia pedir um desejo, e que o Pai Natal o concretizaria.
-Neste Natal, eu queria ter novamente uma família que me amasse, independentemente do jeito que sou- pediu Maria.
Esta frase tocou novamente o coração de Júlia e como esta queria ver a concretização do desejo da menina, convidou-a a dormir em sua casa.
Júlia, enquanto Maria dormia, saiu sorrateiramente de casa e foi direta ao tribunal para explicar que Maria tinha sido abandonada e que queria adotá-la. Conseguiu a certidão de adoção.
Voltou para casa, encaixilhou-a numa linda moldura, embrulhou-a e colocou-a debaixo do pinheiro.
Era dia 25 de dezembro, os sinos já tocavam e as pessoas já cantavam. Maria acordou e foi para a sala tomar o pequeno-almoço e verificar se o Pai Natal lhe trouxera uma prenda; para sua surpresa, havia e decidiu abri-la. De início não entendeu o que era, mas Júlia apareceu e explicou-lhe dizendo que o seu desejo acabara de se concretizar.
Júlia emocionou-se com a reação de Maria, pois esta ficou muito contente e agradecida pelo que Júlia fizera, saltou para o seu pescoço e abraçou-a longamente… Por fim, ainda abraçadas, Maria com um tom emocionante disse:
- Agora percebo o verdadeiro motivo do Natal: amar e ser amado pelas pessoas que te fazem bem e pela família!


                  Hugo Laranjo nº5,9ºB
Isaura Malheiro nº6 9ºB


 

Sem comentários:

Enviar um comentário