quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

 

Natal é paz


 

Em 1938, em plena guerra, um menino chamado Artur, vinha de uma família judia, mas ele destacava-se na sua família por ter cabelos loiros e olhos verdes. Artur tinha apenas onze anos, e vivia a injustiça de ser judeu, sempre escondido e sempre de país para país à procura de paz.

Aproximava-se o Natal. O jovem judeu já tinha ouvido muitas histórias sobre esta quadra festiva, mas todas muito diferentes, umas falavam de presentes, outras de um certo homem a quem chamavam “Pai Natal”.

Artur, devido à sua religião, não comemorava o Natal, e isso porque todos eles respeitam a tradição da Torá, um livro que contém as leis da identidade judaica e a palavra de Deus. 

No mês de dezembro os judeus fazem uma festa muito importante, este feriado é o Hanukkah, que podemos dizer ser o Natal judaico. Durante essa celebração, o povo judeu lembrava-se dos dois grandes milagres que Deus tinha feito por eles, quando os gregos tentaram eliminar o judaísmo e ameaçavam exterminar o povo judeu. Este facto deu origem a uma guerra que os judeus venceram milagrosamente, por isso, nesse feriado todos eles se reúnem com as famílias, rezam e agradecem a Deus.

Artur ouvia falar de como o Natal dos outros era incrível. Então pediu à sua mãe para lhe contar como era essa tradição; ela disse-lhe que eles costumavam reunir-se para jantar, e esperavam até à meia-noite para trocar presentes uns com os outros, mas de seguida explicou-lhe que todas as religiões têm os seus costumes, e também disse:

- Compreendo que queiras ter um Natal divertido como o dos outros meninos, mas sabes muito bem que a nossa família não tem condições para comprar um único presente, ainda mais com a vida que temos agora.

- Mas eu não quero saber dos presentes, eu quero juntar a nossa família, sem ter medo que alguém nos descubra! – respondeu Artur.

A mãe do menino sorriu e disse:

- Sabes que agora não é assim…

Artur não fez caso, ele achava muito injusto o que a sua família estava a passar, não fazia sentido eles estarem a ser perseguidos apenas por serem judeus.

 

 

Então resolveu, que no dia 24 às 22h, ele iria reunir a família para jantarem todos juntos, e às 00:00h iria dar a cada um deles uma margarida dentro de um envelope onde estaria escrito “Feliz Natal”.

E assim fez, todos jantaram tranquilamente, e quando chegaram as 00:00h ele foi entregando o envelope a todos os familiares, que ficaram espantados e curiosos pra saber a que se devia aquela comemoração, e foi exatamente isso que a sua avó perguntou. Artur respondeu:

- Todos nós devemos e podemos ter um Natal normal, não é por sermos judeus que não nos podemos divertir em família.

Com os olhos vidrados de emoção, a família de Artur estava emocionada e orgulhosa pelo ato de carinho do seu ente querido. 

Artur ofereceu-lhes uma margarida, porque descobrira há uns dias atrás que a margarida simbolizava a paz e a liberdade. Então, lembrou-se das margaridas que floresciam no seu jardim e resolveu colhê-las.

Daí em diante, todos os anos Artur oferecia uma margarida a cada um dos seus familiares para lhes lembrar que não eram diferentes, que, tal como nas famílias cristãs, também a sua prezava a união e a alegria da família.

 

 

Lara Quintela  Nº 13  7ºA

 

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