Natal é paz
Em 1938, em plena guerra, um
menino chamado Artur, vinha de uma família judia, mas ele destacava-se na sua
família por ter cabelos loiros e olhos verdes. Artur tinha apenas onze anos, e
vivia a injustiça de ser judeu, sempre escondido e sempre de país para país à
procura de paz.
Aproximava-se o Natal. O jovem
judeu já tinha ouvido muitas histórias sobre esta quadra festiva, mas todas
muito diferentes, umas falavam de presentes, outras de um certo homem a quem
chamavam “Pai Natal”.
Artur, devido à sua religião, não
comemorava o Natal, e isso porque todos eles respeitam a tradição da Torá, um
livro que contém as leis da identidade judaica e a palavra de Deus.
No mês de dezembro os judeus fazem
uma festa muito importante, este feriado é o Hanukkah, que podemos dizer ser o
Natal judaico. Durante essa celebração, o povo judeu lembrava-se dos dois
grandes milagres que Deus tinha feito por eles, quando os gregos tentaram
eliminar o judaísmo e ameaçavam exterminar o povo judeu. Este facto deu origem
a uma guerra que os judeus venceram milagrosamente, por isso, nesse feriado
todos eles se reúnem com as famílias, rezam e agradecem a Deus.
Artur ouvia falar de como o Natal
dos outros era incrível. Então pediu à sua mãe para lhe contar como era essa
tradição; ela disse-lhe que eles costumavam reunir-se para jantar, e esperavam
até à meia-noite para trocar presentes uns com os outros, mas de seguida
explicou-lhe que todas as religiões têm os seus costumes, e também disse:
- Compreendo que queiras ter um
Natal divertido como o dos outros meninos, mas sabes muito bem que a nossa
família não tem condições para comprar um único presente, ainda mais com a vida
que temos agora.
- Mas eu não quero saber dos
presentes, eu quero juntar a nossa família, sem ter medo que alguém nos
descubra! – respondeu Artur.
A mãe do menino sorriu e disse:
- Sabes que agora não é assim…
Artur não fez caso, ele achava
muito injusto o que a sua família estava a passar, não fazia sentido eles
estarem a ser perseguidos apenas por serem judeus.
Então resolveu, que no dia 24 às
22h, ele iria reunir a família para jantarem todos juntos, e às 00:00h iria dar
a cada um deles uma margarida dentro de um envelope onde estaria escrito “Feliz Natal”.
E assim fez, todos jantaram
tranquilamente, e quando chegaram as 00:00h ele foi entregando o envelope a
todos os familiares, que ficaram espantados e curiosos pra saber a que se devia
aquela comemoração, e foi exatamente isso que a sua avó perguntou. Artur
respondeu:
- Todos nós devemos e podemos ter
um Natal normal, não é por sermos judeus que não nos podemos divertir em
família.
Com os olhos vidrados de emoção, a
família de Artur estava emocionada e orgulhosa pelo ato de carinho do seu ente
querido.
Artur ofereceu-lhes uma margarida,
porque descobrira há uns dias atrás que a margarida simbolizava a paz e a
liberdade. Então, lembrou-se das margaridas que floresciam no seu jardim e
resolveu colhê-las.
Daí em diante, todos os anos Artur
oferecia uma margarida a cada um dos seus familiares para lhes lembrar que não
eram diferentes, que, tal como nas famílias cristãs, também a sua prezava a
união e a alegria da família.
Lara Quintela Nº 13
7ºA
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